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Procrastinação, baixa autoestima e perfeccionismo. Tudo face da mesma moeda?

Procrastinação: palavra da moda para descrever o ato de adiar repetidamente tarefas que você sabe conscientemente que deveriam ser feitas, sim ou sim, mas que você vai levando com a barriga até chegar na data limite da entrega deste trabalho, ou pior, vai levando com a barriga e não faz nunca as tarefas, consequentemente nunca bate metas, nunca chega no peso ideal, nunca realiza seu sonho, nunca colhe os frutos do que você acha que está plantando.

Geralmente as pessoas, os chefes, coaches ou até mesmo nossa família tendem a associar este comportamento ao fato de que não queremos sair da nossa zona de conforto, que ali está bom e que somos preguiçosos por natureza, que não gostamos de mudanças ou que estamos desorientados e não sabemos o que deveria ser feito.

Pode até ser que isso seja verdade e você se enquadre no arquétipo desnorteado e confortável que eu disse acima, mas gostaria de mostrar a vocês uma outra possível causa desta procrastinação. Se servir para você, ficarei feliz, se não servir, pode ser que você seja preguiçoso mesmo e esteja esperando ganhar na loteria para começar a se mexer, se for o seu caso, o seu texto será outro.

Acredito que muitas causas de nossos problemas começam por nossa baixa autoestima. Não acreditar ser merecedor, capaz e competente suficiente pode ser uma bomba relógio na sua vida, esperando para explodir de diversas formas, uma delas é a procrastinação.

Se eu não me acho bom o suficiente em algo, como vou fazer? Se eu não acredito que tenho algo de relevante para escrever para vocês, para que vou fazer o texto? Se eu não acredito que eu posso ser um bom profissional, para que vou ume esmerar em estudar e me aperfeiçoar um pouco mais?  Se você é um procrastinador compulsivo, veja se a sua causa de procrastinar não é a sua estima. Acreditar que cada um de nós neste planeta tem uma missão boa, relevante e com propósito é essencial para se colocar em movimento. Acreditar que somos capazes de fazer a diferença na vida de alguém é essencial para a vida de qualquer ser humano. E acredito, sinceramente que todos nós temos este poder dentro de nós. Se você ainda não descobriu o seu procure um pouco mais porque tenho certeza que está aí dentro de você.

Outra causa da procrastinação pode ser o seu perfeccionismo extremo. Ou seja, eu não faço, porque se não é para ser excelente e de qualidade extrema eu não irei fazer. Ou seja, é o mesmo que eu diga: eu não irei começar a escrever se não for para eu ser o Augusto Cury ou o Deepak Chopra do desenvolvimento pessoal. Ora, isso é de tamanha ignorância se pensarmos bem. Seria o mesmo dizer que eu não corro por que se não for para ser o Usain Bolt eu nem começo, ou que eu não cozinho porque se não for para ser o Gordom Ramsey eu nem faço.

Sei que a procrastinação está intimamente ligada a baixa autoestima e ao perfeccionismo, e estas duas por consequência estão ligadas entre si como um polvo simbiótico sufocando nossas vidas. Ou seja: eu não faço porque acho que não estou à altura do meu público, que merece uma pessoa muito melhor que eu. Ao não fazer, me sinto inútil e corroboro a minha tese que não consigo, que não sou boa suficiente, e que preciso estudar muito mais e me aperfeiçoar muito mais antes de fazer. Pronto: está instalado o molusco que te abraça tão forte que você não consegue mais se mover. Cada vez mais você faz menos, se sente menos capaz e se exige mais está armado o círculo letal da procrastinação compulsiva.

De onde vem tamanho perfeccionismo? Porque tamanha cobrança com este chicote crítico nas nossas costas? E mais: porque temos este senso perfeccionista em algumas áreas e em outras não. Porque nos permitimos falhar em algumas áreas e em outras não. Está na hora de sermos meio crianças e tentar. Desligar aquele senso crítico do melhor profissional do mundo e apenas fazer, acreditar que podemos doar algo para o mundo, mesmo que seja algo já falado por outras pessoas, mas talvez nunca falado por você. Pode ser que o seu ponto de vista seja o que mais falou comigo, pode ser que o seu serviço seja suficiente para as minhas necessidades.

Uma vez acreditando que somos relevantes, que somos essenciais no mundo, que temos mercado e público para todos e qualquer tipo de trabalho que realizemos a nossa jornada começa a criar forma se mostrar útil e, consequentemente, o tentáculo da procrastinação começa a ficar mais fácil de ser removido.

Analise como anda a sua estima, como você se enxerga é fundamental para entender como você se posiciona no mundo. Analise o seu nível de exigência, o seu perfeccionismo, veja de onde vem ele, se ele vem daquela imagem distorcida que você vê no espelho quebrado de sua vida.  Acredite no seu poder interno, na sua capacidade de ser uma pessoa única capaz de fazer mudanças no mundo que somente você é capaz. Dentro de você mora o louco e o gênio. Alimente o correto.

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A grama do vizinho

Já ouviu o comentário:”A grama do vizinho é sempre mais verde”

Moro em uma casa dessas tipo geminadas ou townhouse, o que seja, as casas dos meu dois vizinhos ao lado são exatamente iguais, fachada, jardim e tudo e a minha grama do pequeno jardim é realmente feia, uma vergonha. Enquanto que a do meu vizinho parece uma casa de outro lugar, pois tem um jardim verde e realmente bem cuidado.

Moro em um lugar seco, para quem não sabe, moro na Patagônia. A Patagônia Argentina é um clima semi desértico, super seco onde as plantas para serem verdinhas necessitam de muita atenção, água e constância. Eu mudei pra cá há cerca de nove meses, demorei pra entender o clima, acertar minha casa, meus filhos, só tive tempo de olhar pro meu jardim este mês. Foi quando reparei que a grama do meu vizinho era extremamente mais verde que a minha.

Porque isso? Vocês já devem ter pensado porque a vida dos outros é melhor, mais bem resolvida, mais próspera… Mais verde.
Será que é porque meu vizinho tem sorte ou porque ele molha a grama com mais frequência????

A vida nossa é exatamente igual à minha grama e a do meu vizinho:

  • Necessita tempo, para que possamos entender aonde estamos, que tipo de grama somos e em que solo fomos plantados.
  • Necessita água, mas não adianta ser uma enxurrada em um dia e uma seca na semana seguinte.
  • Necessita todo dia um pouco (um pouco de que??? De atitudes construtoras) 
  • Necessita constância. Todo dia… Quanto tempo mesmo???? Todo dia, todo dia, todo dia, até que brote e cresça.
  • Necessita planejamento, não adianta semear grama em pedra….

Como está seu solo? Tem terra fértil aí ou areia desértica?
Tem água pra regar?
Tem dedicação? CONSTÂNCIA????

Lembre-se a grama verde, é porque é regada todo dia, todo dia, todo dia, todo dia……

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Quem sou

O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e o AGORA. Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais… mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia?…

Carlos Drummond de Andrade

Confesso que demorei pra escrever minha história aqui. Já comentei várias vezes que minha história daria várias vidas de uma pessoa qualquer. Mas como diria a minha mãe: “você não é qualquer uma”.

Não sei bem por onde começar, se faço tópicos tipo power point, descrição tipo bula de remédio ou se faço uma ordem cronológica dos acontecimentos de minha vida, tipo um curriculum vitae, para que vocês leitores não se percam.

Peço que confiem em mim e leiam até o fim, se houver a barrinha embaixo dizendo continua, voltem aqui para ler outro dia pois a minha história é tão comprida e cheia de voltas que creio que terei uns meses ainda pela frente até conseguir transmitir ela de maneira satisfatória.

Vamos começar pelo básico para dar vida à personagem e vocês me conhecerem um pouco. Eu tenho 42 anos, sou natural de Curitiba no Paraná, Brasil. Casada e mãe de três meninos. Minha profissão de formação é a odontologia. Atualmente me dedico à área de desenvolvimento humano, paixão que sempre tive e que sempre aparecia entremeada aos anos de atendimentos aos meus pacientes. Muitas vezes era mais um ouvido atento a meus pacientes que mãos habilidosas.

Sempre fui muito empreendedora, meu primeiro negócio foi aos 12 anos. Fazia bijuterias para vender, atividade que exercia paralelamente ao colégio e que tinha de público alvo todas as colegas de trabalho de minha mãe, funcionária pública.

Como empreendida por necessidade, não por dom ou por uma super capacidade, aos quinze anos troquei de empreendimento: me tornei distribuidora de uma marca de cosméticos, título que ostentei por bravos quinze anos.

Aos 17 anos ingressei na faculdade de odontologia, me formei aos 22 e abri meu primeiro consultório em Londrina, Paraná. Para meu consultório, as habilidades de empreendedora aprendidas nos meus “negócios” anteriores me foram muito úteis e rapidamente consegui uma clientela interessante.

Aos 27 anos, conheci o amor da minha vida, um argentino que veio a passeio no Brasil, nos apaixonamos e começamos a namorar. Eu no Brasil e ele na Argentina. A distância era difícil, mas relativamente fácil de superar, afinal, a Argentina não era tão longe da minha cidade, eram “somente” 1200 km.

Quando meu atual marido, então namorado se formou, recebeu eufórico a promessa de um emprego no Brasil. Eu, contente, na esperança de uma diminuição na nossa distância, aceitei quando ele perguntou se eu queria ir morar com ele caso ele viesse ao Brasil. Apaixonada e esquecida das distâncias brasileiras, disse sim. Quando ele se formou conseguiu o tão sonhado emprego, só que eu não contava que seria mais longe ainda, no sertão do Piauí. E aí? O que fazer? Eu estava apaixonada, ele era o homem da minha vida. Mas eu tinha meu consultório, minha vida estabelecida em Londrina. Naquela época a Internet estava longe de ser como hoje e confesso que não tinha nem ideia de como era o sertão do Piauí, não havia muito como pesquisar.

Botei na balança, avaliei que se não desse certo conseguiria voltar à minha cidade de origem e reabrir meu consultório sem grandes dificuldades. Meu pai, na época recém transplantado do fígado, me disse pra ir que caso não desse certo eu sempre poderia voltar.

Graças à precariedade das informações sobre Canto do Buriti, no Piauí, eu fui. Fechei o consultório e caí na estrada, de ônibus, diga-se de passagem. Só digo uma coisa: se eu me casei com meu marido é porque o Google não era tão eficiente como é hoje.

Quando cheguei lá o choque cultural pra mim foi tremendo. Acostumada com cidades com saneamento básico, água e luz todos os dias, carne com refrigeração, viver lá, recém-casada foi um desafio imenso.

Com a mudança, minha primeira reinvenção se fez necessária, abri um consultório em Canto do Buriti o que foi um desafio imenso. Meu irmão me ajudou pois devido à precariedade do lugar, não existiam técnicos de equipamentos odontológicos. Montamos, então, o consultório nós mesmos. Fabricamos peças, armamos a instalação elétrica e a ligação de água e esgoto. Dentro de pouco tempo montamos o meu primeiro consultório fora da minha cidade natal. Como vocês podem ver na foto, estava longe de ser bonitinho, mas era limpo e bem arrumado o que para mim era o que importava.

Canto do Buriti- Piauí – 2006

 continua….