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Fiz o que deu !

Fiz o que deu! Esta é a maior verdade da vida e, quando você verdadeiramente sentir ela no seu coração, verá quão libertadora esta verdade pode ser.

A maioria das minhas clientes têm mais de 40 anos, todas elas estão precisando, de alguma forma se reinventar, se relançar, ou aumentar exponencialmente seus resultados. A maioria sempre me diz que já não tem mais idade para errar, já erraram o suficiente e precisam sim ou sim acertar o passo desta vez.

Ninguém quer recomeçar correndo o risco de errar novamente.

Não há nada de errado em não querer mais errar, aliás, a ideia é muito bem-vinda, mas o grande problema é que este não querer errar vem acompanhado de muita culpa.

Vem sempre acompanhado da frase: E se….?

E se eu não tivesse me casado?

E se eu tivesse falado não?

E se eu soubesse disso antes?

E se eu não tivesse investido neste ou naquele negócio?

E se eu tivesse ficado mais com meus filhos?

E se eu tivesse voltado a trabalhar antes?

E se eu tivesse estudado mais?

E se eu não tivesse relutado tanto?

E se eu fosse mais ousada?

E se eu me arriscasse menos?

E se….?????

Não existe nada mais nocivo que isto

Esta expressão, posso afirmar com 100% de certeza, é uma das mais daninhas de toda a face da Terra terrena univérsica. É a frase que leva você a sentir a dor do que já passou, leva você a gerar todos os neurotransmissores do fracasso, do medo, do arrependimento, da frustração. É a frase que, além de te trazer sofrimento, não te leva pra nenhum lugar.

A grande verdade, gata garota, é que se você soubesse o que sabe hoje anos, atrás você não teria feito o que fez. Se você tivesse a maturidade que tem hoje anos atrás, tomaria decisões mais sábias, obviamente! Mas, ironicamente, esta maturidade veio justamente destes erros que você diz querer ter evitado.

Você fez o que deu. Você fez o possível com o que tinha, com a força que tinha, com os braços que tinha, com as pernas e cérebro que tinha. Era o que dava.

Aceite isso e viva melhor

Fiz o que deu faz você se perdoar para fazer, conscientemente, o que nasceu pra fazer!

Voa, brabuleta !

Com amor,

Dani

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A segunda oportunidade de carreira

Encontrando a sua missão de vida após os 40 anos- A segunda oportunidade de carreira 

Por mais de vinte anos, o foco principal de Maria, (nossa personagem pseudo-fictícia) foi trabalhar para subir a escada corporativa no departamento de Recursos Humanos de uma grande empresa multinacional. Dia após dia ela trabalhou arduamente para atender às exigências de seus superiores e colegas, até que uma manhã ela acordou com uma sensação de doente, seu corpo doía e a cabeça latejava.

Era a sua carreira, ela percebeu. Tendo passado quase metade de sua vida trabalhando em um emprego insatisfatório, com poucas realizações genuínas e os objetivos de sua juventude há muito esquecidos, Maria havia chegado nos seus 40 anos e não gostava do que via, sentia e, sobretudo, não gostava da perspectiva de continuar fazendo o que faz dia após dia.

A cada dia que passa a quantidade de “Marias” se multiplica
A segunda oportunidade de carreira , sempre teremos um tempo para um plano B

Para aliviar o sentimento de angústia, Maria começou a fazer um esforço consciente para prestar mais atenção à distância entre a realidade de sua vida e os sonhos e paixões que um dia teve. Ela estava decidida a dar a ela uma última chance de uma carreira que pudesse tornar a segunda metade de sua vida mais significativa e gratificante.

Em 2020, Maria decidiu alimentar sua paixão por servir os idosos e hoje, é proprietária e cuidadora em uma casa de cuidados para idosos em Campo Grande, MS. Ela agora está planejando seu próximo empreendimento, um programa de cuidado de idosos em seus próprios lares, para os idosos que não gostariam de viver fora de suas casas.

Um número crescente de adultos está olhando para seus 40, 50 e 60 anos como o momento certo para começar de novo em um campo inteiramente novo

A história de Maria é incomum? De acordo com um estudo publicado na Forbes Magazine, nem um pouco; “79% dos profissionais atualmente no mercado esperam trabalhar pelo menos em meio período em seus anos dourados, isso quer dizer que o sonho de se aposentar e não fazer nada é cada vez mais inexistente”, revelou o estudo. “Um número crescente de adultos está olhando para seus 40, 50 e 60 anos como o momento certo para começar de novo em um campo inteiramente novo”.

O que leva adultos a mudarem suas carreiras? A resposta, é simples: vontade de fazer algo que tenha sentido.

O desejo de uma carreira mais gratificante e significativa é apenas uma área de foco durante o ajuste após 40 anos. Quando os adultos chegam a esta idade,  em um momento em que pais e parentes mais velhos começam a morrer, a percepção de que suas vidas, também, chegarão ao fim começa tomar forma. De repente, a importância de atingir objetivos e fazer o que nos faz felizes se torna muito mais importante. Este é o momento em que autores, empresários, músicos ou artistas começarão a pensar em carreiras que correspondam à sua energia, vitalidade e paixão pela vida.

O ciclo de vida é, para a maioria de nós, bastante previsível. Da adolescência aos 30 anos, a maioria de nós está consumida em aprender a se tornar quem pensamos que queremos ser. Passamos dos 30 aos 40 anos de idade trabalhando e vivendo esse papel. Mas aos 40 anos de idade, depois de ter alcançado este objetivo, muitos descobrem que afinal não era o que queríamos fazer. Neste ponto vida, depois de ter trabalhado tanto, muitos estão dispostos a assumir o desafio de correr mais riscos e nos libertar do fardo das expectativas dos outros.

Depois dos 40, nos libertamos do fardo que é viver segundo a expectativa alheia

Uma expectativa de vida mais longa também desempenha um papel. Aos 40, as pessoas percebem que ainda têm quase meia vida para viver e se perguntam como vão passar esses anos. Elas sabem que vão ter muitos anos saudáveis, então eu acho que é um período de escolhas para viver os sonhos que foram colocados na prateleira durante os anos mais jovens.

As mulheres estão bem representadas nesta mentalidade, com mais mulheres do que nunca usando sua experiência como um trampolim para experimentar transformações positivas na carreira. Elas querem uma carreira que combine com sua energia e lhes permita ser bem sucedidas como um ser integral. Cada vez com mais freqüência você encontrará mulheres iniciando negócios, ganhando respeito e encontrando propósito depois dos 40. Assim foi comigo, por exemplo.

Os anos pós 40 anos não devem ser temidos e a sensação de angústia não deve ser ignorada

A lição que podemos tirar para a história das mais de 100 “Marias” que já atendi é que os anos pós 40 anos não devem ser temidos e que a sensação de angústia não deve ser ignorada. Ambos são uma chamada clara e inquestionável para a ação. Mudar seu emprego, carreira ou estilo de vida pode exigir algum trabalho. Mas se você realmente seguir sua paixão, o esforço proporcionará resultados infinitamente positivos.

Você está pronto para fazer uma mudança? Aqui estão algumas dicas para começar uma segunda carreira de sucesso.
  • Faça uma lista das coisas que estão faltando em sua vida. Você deseja reviver uma paixão de sua juventude que você nunca encontrou tempo para perseguir? Seja música, um esporte, escrita, culinária, empreendedorismo? Não importa o quê, desde que seja algo que você tenha realmente vontade de fazer. Se você já tem uma imagem clara das paixões que gostaria de perseguir, então identifique maneiras pequenas e realizáveis de começar a incorporá-las em sua vida.
  • Imagine que você já tem um milhão de dólares no banco. Como você passaria seu tempo todos os dias? Pense no ambiente em que você gostaria de estar, nas pessoas que você gostaria de conhecer, e como você se relacionaria com elas. Em que atividades você se envolveria? É provável que suas paixões venham à tona quando você entra nesta fantasia de “ganhar na loteria”. Embora não estejamos todos destinados a ser milionários, isso não deve impedi-la de seguir seus desejos e colocar mais valor em si mesma, independentemente do saldo de sua conta bancária.
  • Aproveite sua sabedoria e experiência para reavaliar sua carreira atual. Pergunte-se o que não está funcionando e o que você quer mudar. Aproveite este tempo para refletir sobre sua vida. Existem paixões ou sonhos que você abandonou em sua juventude? Se você não sabe o que quer fazer, tente o voluntariado como uma forma de desenvolver novos interesses. Pense nos seus hobbies. Se está tão adormecido dentro de você que você nem faz ideia do que te interessa, teste, uma e outra coisa. Você irá se surpreender. Eu descobri, por exemplo há dois meses que adoro Taekwondo. Nunca teria imaginado, jamais mesmo. Encontre uma maneira de viver sua paixão todos os dias. Crie paixões novas todos os dias.
  • Entenda onde estão seus pontos fortes. É fundamental fazer um inventário de sua vida e determinar o que é realmente importante. Faça uma lista das coisas pelas quais você é apaixonado, e depois reduza a lista aos itens que apresentam uma oportunidade de gerar renda. Se você não está perseguindo sua paixão, o que está no caminho? O que você precisa fazer para seguir em frente na busca de seu plano?
  • Mantenha seu trabalho atual, pelo menos por enquanto. Você não precisa deixar seu trabalho atual para se concentrar em sua paixão. Não é uma proposta de tudo ou nada. Eu encontro pessoas o tempo todo que dizem estar trabalhando em tempo integral e perseguindo seus sonhos ao lado, em seu tempo livre. Talvez você ainda precise ganhar a vida enquanto faz a transição para seu novo caminho. Isto é verdade quer você esteja planejando iniciar um negócio ou se preparando para estabelecer uma nova carreira.
  • Comece agora mesmo. Durante os próximos 30 dias, assuma o compromisso de identificar uma coisa que você pode fazer para começar a perseguir sua paixão – e mãos à obra! Pesquise maneiras de integrar sua paixão com suas obrigações atuais e dê esses primeiros passos em sua segunda carreira com objetivos atingíveis. Você logo descobrirá que viver e trabalhar com o que você ama é possível e pode ser uma realidade não muito distante de você.

Sugiro a leitura de um outro texto meu, sobre propósito (clique aqui) para que possam ter uma ferramenta muito interessante que lhes poderá ajudar neste processo.

Mãos à obra !

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9 Maneiras de combater o medo

9 Maneiras de combater o medo

Hoje trago algumas técnicas que uso para controlar o medo que muitas vezes me paralisa. Leia até o final que trago 9 maneiras de combater o medo de forma simples e que, se feitas com constância, irão te ajudar a ter uma vida com menos episódios de medo.

Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo.

Mark Twain

A pesquisa que me surpreendeu

Outro diz fiz um vídeo nos meus stories sobre o medo e fiquei admirada com a quantidade de gente que interagiu com ele e, sobretudo, me surpreendeu a resposta da enquete que fiz na qual eu perguntava às pessoas se elas enfrentavam bem o medo ou se elas se escondiam até a bomba estourar (a famosa síndrome do avestruz, aquela que esconde a cabeça embaixo da terra e finge que nada acontece).

Espantosos 64 por cento das pessoas me disseram que não conseguem enfrentar com facilidade o medo. Eu entendo a dificuldade destas pessoas pois faço parte destes 64 por cento. O mais engraçado é que eu nunca fui medrosa até quando fiz 41 anos. Depois da minha cirurgia de retina, que creio que me senti desamparada e sozinha, o medo começou a fazer parte de mim.

Medo de fazer exames e, sobretudo de abrir os resultados, medo de ir ao dentista, medo de procedimentos simples, medo de morrer e não ver os meus filhos crescerem, medo de avião, medo até, pasmem, de autoexame das mamas!! Medo de fracassar novamente , medo de não dar certo o meu próximo passo profissional, medo, medo, medo. Estas são uma pequena lista dos meus medos, alguns paralisantes e chegando à borda do pânico e totalmente irracionais, especialmente vindos de mim, uma ex-profissional da saúde.


O medo chega para todos

O medo chega ao melhor de nós, seja medo do fracasso, medo do sucesso ou mesmo medo do medo. Todos nós experimentamos o medo em algum momento de nossas vidas e ele pode ser um verdadeiro tropeço que nos impede de ter verdadeiro sucesso.

O medo não pode nos deter para sempre, o grande lance é identificar quais são os medos e aprender a controlá-los, não acredito que algum dia ficarei uma pessoa livre de medos, até porque entendo que o medo é uma emoção básica e necessária para a nossa sobrevivência, mas acredito ser perfeitamente possível aprender a conviver com ele e, sobretudo, evitar que ele te domine.

Há várias maneiras de superar o medo, aqui estão minhas 9 maneiras de combater o medo que uso diariamente para domar a mim mesma. Espero que algumas destas dicas sejam úteis e ajude a você fazer um melhor gerenciamento desta emoção.

1. SEPARAR A REALIDADE DA PERCEPÇÃO

Pergunte-se o que realmente está acontecendo, localize os fatos e veja se eles são realmente condizentes com o que você está sentindo.

2. IDENTIFIQUE O GATILHO

Descubra qual ou quais são as situações que desencadeiam este medo, nem sempre o medo vem de onde pensamos vir. Por exemplo, eu achava que tinha medo de morrer, mas ao analisar mais profundamente entendi que não tenho na verdade medo de morrer, tenho sim medo de morrer E deixar os meus filhos pequenos sem mãe. Portanto, o gatilho não seria a morte, mas sim o deixar os meninos sem mãe. Aprender a identificá-los ajudará você a aprender a combatê-los.

3. SAIBA ONDE O MEDO VIVE EM SEU CORPO

Muitas vezes, o medo se apodera da gente fisicamente. Afeta diferentes pessoas de diferentes maneiras. Identifique como ele afeta seu corpo físico e faça o trabalho para cuidar de seu corpo. Por exemplo, se você segura o estresse nas costas, você pode praticar alongamentos, fortalecimento, etc. Se seu estômago dói veja se existe algum alimento que possa aliviar a acidez e por aí vai. Isso é muito importante afinal, somos seres integrais, mente, corpo e espírito.

4. PRATIQUE A GRATIDÃO

Todos os dias, liste de 1 a 3 coisas pelas quais você está agradecido. Não importa quão grande ou pequena seja, a gratidão ajuda a mudar a mente para uma luz positiva, o que, com o passar do tempo, supera o medo.

5. CONVERSE COM VOCE MESMO

Faça sempre a pergunta: o que de pior pode acontecer? Geralmente é nesta resposta que reside o seu medo, daí pergunte-se novamente, qual seria a solução ou quais seriam os possíveis cenários para este medo? Responda e veja que na maioria das vezes você verá que o uso racional de perguntas poderosas faz com que consigamos baixar de forma bastante intensa a adrenalina gerada pelo medo

6. NÃO NEGOCIE COM VOCÊ MESMO

Ter bem claro o que você precisa na sua vida, seja cuidar da sua saúde, das suas finanças, do seu casamento ou qualquer coisa que seja necessário e aprender que, caso você queira resultado nestas áreas, certas concessões não podem ser feitas. Não pode existir margem de negociação com você mesmo.

Ou seja, se eu quero ter uma saúde boa, isso inclui por exemplo,  dentre outras coisas, fazer exames, ir a médicos dentista etc. Também SEI que se eu fizer exames e encontrar algo estranho a chance de cura é muito maior se encontrado o problema no início, portanto ao SABER CONSCIENTEMENTE disso, sei também que não posso me permitir não fazer isso, não há a mínima chance de conscientemente poder negociar algo assim. Portanto não negocie. O mesmo vale para as suas finanças, a viagem de avião e etc.

7. OLHE PARA O COPO MEIO CHEIO

Eu sempre fiquei muito relutante com os otimistas incondicionais, muitas vezes me irritavam profundamente, mas aprendi que a percepção é uma coisa muito poderosa, e o que você sente sobre sua situação dita como você responde.

Portanto, pense positivamente e você terá muito mais chances de sucesso. O que pensamos constantemente se tornará ações e as nossas ações ditarão nosso resultado.

Isto não vai acontecer da noite para o dia; pratique com apenas um pensamento. Qual é um pensamento negativo/temoroso recorrente que você tem? Trabalhe para reverter este único pensamento. Fazer isso pelo tempo suficiente, se tornará um hábito.

8. PRATIQUE EXERCÍCIOS RESPIRATÓRIOS

A respiração ajuda a centralizar seu corpo; quando você para de respirar, seu coração para de bater. Você pode fazer um exercício de centrado o de reconectar-se com o agora, ou até mesmo apenas respirar 5 respirações profundas e longas em qualquer ponto para se acalmar e se centrar. É melhor começar seu dia com isto, mas sinta-se livre para praticar durante todo o dia.

9. CRIE UM ESPAÇO SEGURO

Quando você se sente seguro e protegido, não há espaço para o medo. Encontre um lugar seguro para onde você possa se refugiar quando o mal-estar começa, em caso de que você se sinta realmente aterrorizado – se este é um lugar real, como seu quarto, ou um lugar em sua mente, como a praia, tanto faz. O importante é que você se sinta seguro neste local. Esta sensação de conforto o acalmará e permitirá que você enfrente seu medo.

Tenha em mente que estas são apenas 9 estratégias, nem tudo funciona para todos. Mas este é um lugar para começar. Você pode criar a sua própria técnica de enfrentamento do medo. Mas o importante é começar a implementar estas técnicas em sua vida e não deixar que o medo o impeça de alcançar seus objetivos e seu maior potencial este ano!

Beijo e espero ter ajudado!

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3 Passos para descobrir o propósito de sua vida

Como descobrir meu propósito?

Um homem sem propósito é como um navio sem leme.

Thomas Carlyle

Como vocês devem ter lido em alguns textos anteriores ou visto em algum dos meus vídeos no meu canal do youtube eu não acredito nesta história romantizada que muitas vezes compramos sobre o propósito ou missão de vida, mas sim acredito na criação de consciência, na identificação das razões pelas quais escolhemos algo ou alguém. E agora, como descobrir meu propósito?

Uma vez que eu entenda do porquê eu escolhi a vida que tenho e que ela não foi obra do destino ou do acaso eu posso decidir caminhos diferentes e, portanto resultados, sensações e realizações diferentes.

Entender este princípio é básico ao gerar qualquer ideia ou exercício sobre propósito, pois, do contrário, estaria eu fomentando a execução de exercícios sem sentido e, pior, sem um fim. Descobrir o seu propósito só é valido se estivermos em movimento e poderá mudar ao longo da nossa existência.

Depois deste alinhamento agora podemos falar sobre propósito e de alguns passos essenciais para encontrar o seu.

Determinar qual é nosso propósito na vida pode ser uma das perguntas mais difíceis que nós, como humanos, devemos tentar responder.  Hoje estarei passando um processo passo a passo, explorando seus sentimentos e opções, e ao final, você deverá ter uma ferramenta bastante sólida que possa empregar imediatamente em sua vida, para ajudar a dar-lhe uma direção significativa.

Você pode associar este exercício com o que tenho no artigo onde uso o IKIGAI como ferramenta

Existem, dentre outras, três etapas no processo de descobrir o propósito de sua vida:

1.Compreender o princípio da escolha

2.Criar seu “princípio básico”.

3.Alinhar sua vida com este princípio básico


Entendendo o Princípio da Escolha

Norman Vincent Peale tem isto a dizer sobre o poder de escolha. “O maior poder que temos é o poder de escolha”.

Ainda que fomos educados de forma errônea a acreditamos em destino, em azar ou sorte, a escolha é um fato real. Eu, por exemplo, nasci em um lar com muita violência, repeti este padrão em alguns relacionamentos na minha vida e, até mesmo no início do meu casamento. Foi quando criei consciência que isto era um comportamento aprendido e que eu poderia escolher ter um comportamento diferente, eu mudei a minha vida e hoje vivo em paz. Não foi simples, não foi fácil, não foi de uma hora para outra, mas hoje eu consegui me libertar do padrão de violência na qual eu fui criada.

O mesmo vale para a pobreza e riqueza, somos mal-educados e acreditamos que termos mais dinheiro do que quando nascemos ou do que agora é algo quase impossível ou somente para quem tem muita sorte. Enquanto que, na verdade é algo que pode ser ensinável e que você pode aprender, pode ser que não seja fácil, mas se você estiver disposto a se reeducar e a dedicar tempo suficiente para colher os seus frutos eu tenho certeza que a sua situação pode ser mudada.

Se você tende a ter medo, você pode superar essa miséria escolhendo ter coragem. Toda a tendência e a qualidade de vida de qualquer pessoa é determinada pelas escolhas que são feitas.

A “escolha” é a atividade mais importante de sua mente, porque ao fazer uma escolha, você está proclamando seus desejos à sua mente subconsciente. Uma vez que a mente subconsciente conheça seus desejos, ela vai fazer qualquer coisa para manifestá-los em sua vida. As escolhas que você faz em sua vida se tornam seu objetivo. E, se você for sincero em persegui-los, não há razão para não os realizar.

Um mundo de possibilidades

A indecisão, por outro lado, não só cria frustração e ansiedade, mas também pode confundir a mente subconsciente sobre o que você quer. Mas é importante que as escolhas que você faz sejam feitas por você, de acordo com seus verdadeiros desejos, propósitos e aptidões. Muitos de nós deixam que outros façam escolhas por nós, ou façam nossas escolhas de acordo com o que pensamos ser “correto”, mesmo que isso signifique que vamos contra nossos desejos. O que é certo para outra pessoa pode não ser certo para você, e a maneira de saber isso é ouvir o que seu coração diz.

Portanto, para começar, esqueça os “mas…” e as impossibilidades e, por um momento apenas, esqueça as dificuldades. Imagine um mundo inteiro de possibilidades. Faça uma lista de coisas que lhe interessam. Coisas que você sempre gostou, que o fazem sentir-se melhor, que o inspiram a ir adiante, não importa os obstáculos que você enfrente. Você gosta de fazer algo criativo, ou algo artístico? Você gosta da natureza? Você gosta do mar? Você gosta de ajudar os outros? Você tem prazer de fazer a diferença na vida de outras pessoas?

Seja o que for que lhe interessa, escreva e responda a estas perguntas:

O que você gosta de fazer?

O que é que você ama nesta coisa e por quê?

Como você poderia fazer isso por dinheiro, e ganhar a vida com isso?


Criando Seu Princípio Subjacente

Ponto de intercessão

O próximo passo é examinar a lista que você acabou de fazer e descobrir se há algum tema recorrente. Talvez, a recorrência seja falar com pessoas, ajudar pessoas.

Pode ser que um princípio recorrente seja a liberdade, a busca do amor, a arte, o ensino, ou até mesmo o dinheiro (como assim, dá para ter na vida um propósito que esteja ligado ao dinheiro?? Lógico que dá, especialmente se você tiver um traço de caráter que goste mais de dinheiro que outros – para entender sobre isso, consulte sobre a análise corporal).

Seja o que for, tente identificar o tema central das coisas que você ama fazer, e tente colocá-lo em uma declaração curta e precisa. Esta será sua ‘Declaração de Missão’. Pode até ser uma citação de uma pessoa famosa, ou uma filosofia que tenha influenciado você. É claro que, à medida que você crescer, esta declaração poderá evoluir, às vezes poderá mudar, mas muitas vezes ela progride, ou seja, muda sem mudar a sua alma.

Agora, escreva sua “Declaração de Missão”. Se você tiver dificuldades com escrever uma sentença ou uma frase somente, você pode fazer uma nuvem de palavras, ou um brainstorming de ideias soltas no papel, mas que têm a ver com a sua missão.


Alinhando sua vida com seu princípio básico

O que você faz diariamente está alinhado com que você gosta?

Quais ajustes precisa fazer para entrar no eixo do que você pode fazer pelo mundo através de algo que você gosta?

Nem sempre eu tenho no meu trabalho, que me gera meu sustento, o meu propósito de vida. Às vezes leva tempo para eu alinhar o meu propósito com o meu ganha pão. Nem sempre será possível ou necessário, eu posso muito bem viver com um propósito e trabalhar em outro, afinal de contas você é um ser único e não dividido, e o seu trabalho, é somente uma parte da sua vida, não o todo.

O passo final nesta jornada é mapear seu caminho para seu propósito final e começar a implementar mudanças que ajudem a alinhar sua vida diária com seu propósito subjacente. Ao fazer estas pequenas mudanças em seu estilo de vida, você começará a viver este princípio a cada dia.

Pode levar alguns dias, não irei mentir, pode ser que sejam meses, ou até anos. Mas ao tornar-se consciente e intencional deste princípio básico de sua vida, você certamente começará a sentir a diferença em seu entusiasmo pela vida como um todo.

Se você perceber que ama estar em meio à natureza, planeje suas férias, deixe uma parte do seu dia para estar na natureza, passe seus finais de semana no campo ou tenha uma horta, mesmo que seja na sacada de seu apartamento. Talvez um passeio com seus filhos respirando ar puro possa ser suficiente para recuperar com sua energia.

Se você descobrir que gosta de ajudar os necessitados, comece a procurar oportunidades de voluntariado em sua comunidade, sem que haja a necessidade de mudar de carreira. Por outro lado, você pode até querer mudar de emprego ou começar um novo negócio que esteja mais de acordo com sua missão uma vez que já tenha entendido que você realmente gosta.


Então, aí está! Seguindo os passos descritos acima, você estará a caminho de encontrar e viver seu propósito, volto a repetir que se encontrar na vida é um processo, uma porta de entrada, mas nunca o ponto final da vida. Pode ser que você precise se reencontrar uma e outra vez ainda nesta existência, mas isso fica bem mais fácil depois da primeira vez.  E, ao passar por este processo, basta lembrar: “Você foi colocado nesta terra para alcançar seu maior eu, para viver seu propósito e para fazê-lo corajosamente”.

Beijo e bora viver!

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Propósito, como encontrar de forma prática

"Quando você dança, seu propósito não é chegar a determinado lugar. É aproveitar cada passo do caminho."

Propósito, como encontrar de forma prática.

Esta é o objetivo existencial de muitas pessoas, se você pensa ser uma delas aqui terá uma resposta eficiente. Leia até o final.

O propósito da nossa vida é ser feliz

Normalmente este objetivo não é verbalizado com tanta clareza nas minhas sessões, mas as perguntas que levam à esta frase são bombardeadas constantemente pelos meus alunos.

Veja se você já se viu em algumas destas sentenças: meu trabalho não tem sentido, não me sinto feliz no meu trabalho, ir para meu trabalho é uma tortura, só sou feliz aos sábados, parece que vivo feito um zumbi, não vejo a hora de me aposentar, meu sonho é parar de trabalhar, só sou feliz nas férias e por aí vai.

Estas são as frases que mais escuto nas minhas sessões e, sem dúvida nenhuma, acredito que em algum momento de sua vida você pode ter pensado em alguma delas ou as declara de forma inconsciente nos seus posts de instagram, nas suas conversas informais e nos seus desejos mais profundos.

Não há nada de mal em não querer mais trabalhar, gostar das suas férias, amar os sábados. O problema está justamente quando somente somos felizes ou nos sentimos realizados nestas situações, ou quando a combinação de todas estas frases se torna o nosso objetivo de vida.  Imaginem, passamos, ao menos, 8 horas por dia trabalhando! Estar infeliz e miserável neste tempo é praticamente um suicídio.

A definição de propósito no Google é a seguinte: 

 

propósito
  1. 1.
    intenção (de fazer algo); projeto, desígnio.
    “tenho o firme p. de viajar”
     
  2. 2.
    aquilo que se busca alcançar; objetivo, finalidade, intuito.
    “ter bons p. na vida”

Ou seja: propósito é objetivo, sentido, meta, alvo, anseio, trabalhar em algo que traga movimento constante na sua vida, paixão, desejo. As pessoas que trabalham com um propósito são mais felizes, resilientes, melhores remuneradas e com maior senso pertencer que as pessoas que ainda não encontraram seu lugar neste seleto mundo de pessoas que trabalham para um bem maior.

Como assim, trabalhar para um bem maior? Trabalhar com propósito é algo que transcende o porquê você trabalha, se une ao para que você trabalha e faz intersecção com as suas habilidades pessoais mais desenvolvidas, ou seja, no que você é bom e com o que você ama.

E agora? Conseguirei me encontrar?

Existem diversos cursos no mercado de como encontrar o seu propósito, diversos exercícios para levar você a um patamar de encontro e auto realização, mas todos estes cursos, todas estas ferramentas irão levar você ao caminho do autoconhecimento. Sem autoconhecimento, sinto lhe informar, você não encontrará o seu propósito. 

Portanto, não há fórmula mágica, existe sim tempo, trabalho, reflexão e aprender a se olhar muito profundamente para encontrar o seu lugar neste grupo. É por isso que o seu propósito é único, pessoal e intransferível. Não existem duas pessoas no mundo com o mesmo nível de habilidade, com os exatos mesmos interesses e com ideias iguais. 

Por isso pare de comprar enlatados e olhe para si e se avalie. Não é um processo fácil muitas vezes, mas aqui irei te ajudar. 

Meses atrás conheci um conceito que vai muito de encontro com os exercícios que passarei mais adiante e, tendo aplicado eles com minhas alunas, vejo resultados excelentes, então resolvi compartilhar ele com vocês e logo abaixo as perguntas poderosas que te ajudarão a chegar ao cerne de seu propósito. 

Embora não tenha tradução direta para o português ou inglês IKIGAI é uma combinação das palavras japonesas ” ikiru”, que significa “viver” e “kai “, que significa ” a realização do que se espera “. Ou seja: viver a realização do que se espera. 

Ikigai - descubra o seu propósito

Estes são os 4 círculos em que sua intersecção estará, muito provavelmente o seu propósito. Irei ajudar você com perguntas poderosas para que tenha clareza em cada um dos quadrantes.

  1. O que você ama: 
  • Que faço durante horas que perco noção do tempo 
  • O que eu faço que me faz esquecer de comer e tomar banho 
  • Quando você está no seu melhor, o que está fazendo?
  • O que mais gosta de fazer?
  • O que você detesta fazer?
  • O que faria mesmo sem ganhar nada?
  1. Em que você é bom:
  • Qual atividade você realiza rotineiramente e sempre recebe elogios;
  • Qual atividade faço que é especial;  
  • Qual a qualidade sua você poderia doar ao mundo 
  • O que vem fácil para você?
  • O que vinha fácil para você quando você era jovem?
  • Em qual área você já recebeu prêmios?
  • Quais são as áreas que os outros dizem a você: “gostaria de fazer isto tão bem quanto você.
  1. Pelo que você pode ser pago:
  • Em um mundo ideal, onde dinheiro e tempo não fossem empecilhos, o que pagariam para você fazer?
  • Que você já fez ou faz para ter renda extra?
  • Que seus amigos pedem para você fazer como um favor sempre? 
  1. O que o mundo precisa:
  • Como mudarei o mundo?
  • Como poderia mudar a vida de uma pessoa? Somente uma, não importa quem seja.
  • Qual o fato que mudou a sua vida que você sente necessidade de compartilhar com o mundo? 

Estes são apenas exemplos de perguntas, elas podem ser mais extensas, mais profundas ou mais complexas, a combinação você faz, e não necessita utilizá-las se já existe clareza. A ideia com este exercício é que teu propósito deixe de ser algo abstrato e passe a ser algo mais palpável de contornos mais visíveis e você perceba que todos nós, por mais perdidos que estejamos, podemos encontrar o nosso porquê divino aqui na Terra!

 

Beijo e bom exercício 

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Uma jornada para a cura

Pessoas inspirando pessoas.

 Deus não pode estar em todos os lugares e por isso fez as mães.

Ditado Judaico

Silvia e Junior.

Quando passamos por momentos difíceis e o futuro parece incerto, o medo e a angústia tomam conta da nós e fica difícil enxergar um caminho. Como o meu propósito é inspirar pessoas através de pessoas, hoje conto uma história de uma amiga que certamente irá tocar o seu coração e levar esperança à sua vida.

Silvia é minha colega de profissão. Nos formamos juntas em odontologia pela Universidade Estadual de Londrina. Mesmo sendo colega de profissão ficamos anos sem nos falar, depois da faculdade ela foi morar no Maranhão e eu continuei por Londrina. Anos mais tarde, nos encontramos no Facebook. Naquela época ela já era mãe de duas meninas. Não lembro quanto tempo exatamente se passou quando vi em seu perfil que ela estava grávida novamente. Viria um temporão para alegrar a sua família, o Junior estava vindo. Lembro de pensar comigo, que delícia, um menino para alegrar a vida delas! Vi que o Junior crescia e a vida seguia e Silvia em seu consultório em Balsas ainda atuando como ortodontista.

Um dia a vida dela virou do avesso. Daqui para frente, quem conta a história é ela, uma história cheia de medo, de amor, fé e superação.

“ Tive que fazer repouso na gravidez do Junior, a partir do 3° mês, com risco de descolamento da placenta. E no 5° mês tive chikungunya, mas apesar disso tudo ele nasceu em 11/05/2016 super bem e com 3.300kg. Depois do nascimento, sempre fiz o acompanhamento com a pediatra em Balsas mesmo, ele nunca havia adoecido por nada, brincava e crescia como qualquer beê saudável.

Nós moramos em Balsas desde dez de 2001. Meus 3 filhos nasceram lá, Ana Luisa tem 17 anos e Isabella tem 15. Ele é nosso caçula serelepe. Sempre muito sadio e ativo

Por esse motivo achava que as primeiras manchas roxas em suas perninhas eram de quedas durante as brincadeiras. Apesar da babá estar sempre brincando com ele em casa, pensava que por ser menino, seria diferente das meninas, que menino cai, se machuca e continua brincando.

Ele tinha nessa época 2 anos e meio mais ou menos, foi quando notei que as manchas nas pernas ficaram mais frequentes. Mesmo assim achei que não era nada porque eram apenas manchas nas pernas, do joelho pra baixo. Depois começamos a notar que as manchas começaram a aparecer em mais partes do corpo e apareciam à menor batida, às vezes batidas bem leves em algum móvel da casa ou em algum brinquedo e notei que começaram a ficar com uma cor mais intensa.

Mas como ele estava sempre ativo e se alimentando normalmente, não achei que houvesse necessidade de levá-lo ao médico somente por causa das manchas, por isso o tempo foi passando e a consulta foi ficando para depois.

Foi somente em dez/ 2018 pra jan/2019 quando estávamos de férias em Londrina que começamos a nos preocupar de verdade porque ele começou a ficar sem apetie e o sono a ficar mais frequente, teve um dia que ele dormiu a tarde toda, coisa que ele nunca fez.

No retorno para Balsas, Junior tinha manchas roxas pelo corpo todo e elas estavam diferentes. Além do hematoma havia um caroço, um nódulo, no meio de cada mancha. Achei muito estranho. Vagner, meu marido, queria adiar nosso retorno e consultar ele em Londrina. Eu não quis porque sabia que teria que fazer exames e as aulas das meninas iriam começar naquela semana.

Apenas mandei uma mensagem pra Dra do Junior em Balsas e ela pediu para passar uma pomada e queria consultar ele assim que chegássemos. Em Balsas, a pediatra não tinha consulta para aquela semana então pedi a requisição para fazer o exame de sangue primeiro. Foi o pessoal do laboratório que ligou pra Dra e pediu para atender ele com urgência

Eu nem imaginava.

Ele ainda estava bem ativo.

Nessa consulta em Balsas que ela foi explicando as várias possibilidades e quais problemas aquele hemograma tinha. Tudo alterado, o que tinha que estar alto estava baixo e vice-versa. Plaquetas com a taxa bem baixa.

Não existe hematologista em Balsas, então ela sugeriu que nós viajássemos à procura de algum naquele mesmo dia.

Imaginem o nosso susto ouvindo tudo isso. Um bombardeio de informações.

Viajamos naquela mesma noite para Imperatriz, quase 300 km de estrada. A princípio pensei que fôssemos levá-lo somente para fazer mais exames e consultar com médico especialista. Saímos eu, Vagner, meu marido e Junior, de carona com o Claudemir, um amigo nosso.

Não imaginava que após passar 1 semana no hospital São Rafael, realizando vários exames de sangue diários, a maioria de madrugada, iríamos mais adiante.

Em Imperatriz foram feitos os exames de sangue e mielograma para diagnosticar. Pelos exames a Dra. já sabia que era leucemia, mas tinha que fazer o mielo para classificar o tipo de leucemia. E a oncologista sempre nos dizendo sobre a agressividade e rapidez da doença: Leucemia mielóide aguda.

Tínhamos que conseguir com urgência uma vaga para ele. Ali não teria como ficar. Pensem numa semana difícil e, para piorar, a oncologista não nos deu transferência ou encaminhamento porque ela queria tratar o Junior lá. Depois de muita conversa ela deu alta médica a pedido dos pais, ou seja, saímos do hospital por nossa conta.

O que ela fez de bom, foi que ela preparou o Junior para viagem. Naquela tarde ele recebeu transfusões de hemácias e plaquetas (ele já estava precisando) deu morfina para dor (nessa semana também ele começou a ter muitas dores ósseas e musculares nas pernas) e deu um antibiótico para durar 24 horas.

Foi o tempo de chegar no hospital em Barretos.

Hoje faz 1 ano que saímos de Balsas com o Junior. Foi aí que começou nossa jornada atrás de tratamento. Muita gente se mobilizou para conseguir vaga em Barretos ou Londrina.

No dia 15 de fevereiro de 2019 chegamos em S. José do Rio Preto, num vôo das 2 da manhã, depois fomos à Barretos.

Nessa primeira semana lá, mais furadas no bracinho dele de madrugada e mais exames p/ confirmar o diagnóstico: LMA M7 (leucemia mielóide aguda).

Era isso o que ouvíamos e tentávamos digerir.

Apesar das picadas no bracinho, depois do exame, ele ainda dizia obrigado, porque sabia que estavam cuidando dele.

Não foi fácil. Foram muitas lágrimas, muita oração e muita ajuda de pessoas que eu nem sabia de onde vinham. Confesso que demorou para cair a nossa ficha.

As meninas estavam em Balsas na casa do Claudemir (nosso amigo) e acabaram ficando lá por 2 meses, até conseguirmos trazê-las para Barretos, que dali para frente seria o nosso novo lar.

A primeira etapa do tratamento do Junior seria de quimioterapia. Foram vários ciclos, a cada 21 dias, mais ou menos, pois quando tinha febre ou outra intercorrência, não podia receber mais medicação o que atrasava de receber o próximo ciclo

Acesso central, acesso periférico, cateter, enfim, fomos nos acostumando, tanto os ouvidos quanto o cérebro a um novo vocabulário, um outro mundo literalmente.

O Hospital de Barretos é grande e atende milhares de pessoas todo mês, já tinha ouvido falar, mas quando se está lá, é uma realidade triste e confortadora ao mesmo tempo. Triste porque são muitas crianças e adolescentes carecas, magrinhos, amputados, cadeirantes, com sonda de alimentação. E outras tantas serelepes, correndo e brincando pelo Hospital de Amor.

É esse o nome do Hospital de Câncer de Barretos e é assim que sentimos quando lá chegamos e aos poucos fomos entendendo toda a situação, graças a paciência, respeito, carinho e dedicação dos profissionais de lá. Desde a recepção, a moça da limpeza, a da copa, os enfermeiros, técnicos e médicos.

Fomos nos sentindo bem cercados e muito bem atendidos pelo uso de tecnologia de ponta e pela atenção dada a nós e principalmente ao nosso pequeno.

E o que dizer do tio Mazinho, o moço da brinquedoteca: uma figura. E do Mingau, Garnizé e Rubi os palhaços da Alegria, criaturas sem igual.

Quando recebemos a notícia de que Junior precisaria de TMO (transplante de medula óssea) foi outro baque. Algumas das meninas poderiam ter a chance de ser doadora compatível, mas nenhuma foi nem ao menos eu ou o Vagner.  Ter 50% de chance seria uma possibilidade, pois lá eles fazem TMO com essa probabilidade, porque têm tecnologia para isso, mas o melhor mesmo seria um doador 100% compatível.

E agora? Continuamos rezando e fizemos uma campanha para tentar agilizar o transplante.

Lembro da tarde de sexta, 28 de junho que a Dra. Anita me deu a dupla notícia, que tinha conseguido um doador 100% e uma vaga para realizar o transplante. Não poderia ser em melhor data: Sagrado Coração de Jesus. Naquela noite conseguimos ir à missa para agradecer. Nem sempre é possível ir à igreja quando se tem uma criança pra cuidar, Junior passava muitos dias internado para químio e pós químio.

Junior foi espaçando mais os dias que precisava ser internado e também começou a se alimentar melhor. Com isso foi se fortalecendo, por dentro e por fora.

Em setembro já estávamos aqui em SP. Internou dia 10 e fez o transplante de medula dia 19/09/19. Outra fase difícil do tratamento, com muitas reações, mas graças à Deus, Junior superou todas.

Esta fase já dura 6 meses, juntando  com os 6 meses que ficamos em Barretos vencemos 1 ano!

Com Deus, Nossa Senhora e muitos Anjos ao nosso redor, anjos do Céu e da Terra. Não me atrevo a citar nomes pois foram muitos.

Desculpe ter me estendido mas quero agradecer mais do que pedir. Pedir apenas para continuar com saúde e ser forte para cuidar deles todos aqui em casa.

Obrigada, Deus!”

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 Silvia Tenani, fevereiro de 2020.

Deixo aqui alguns links que podem e devem ser de público conhecimento para que todos nós possamos ajudar. Qualquer um de nós que estejamos com plena saúde pode ser doador de medula óssea. Um procedimento rápido e simples para o doador, mas que pode salvar muitas vidas.  Deixo o site do REDOME que é o REGISTRO NACIONAL DE DOADORES VOLUNTÁRIOS DE MEDULA ÓSSEA . Convidos à todos a realizarem seu cadastro para doação voluntária de medula óssea e, caso você já seja doador, é importante acessar o mesmo link e manter os seus dados atualizados.

Outro link que deixo a vocês é o do Hospital de Câncer de Barretos: https://www.hcancerbarretos.com.br/. Em um mundo aonde deixamos de acreditar que boas ações existem, é importante mostrar as boas coisas de bons hospitais e bons profissionais fazem pelo nosso país afora, sem contar o nosso sistema único de saúde, o SUS, que sem ele estes tratamentos não poderiam ser realizados. No site, existe uma aba para doações e para que possamos conhecer um pouco mais dos projetos desenvolvidos no hospital.

Eu, do lado de cá da sua tela confesso que fiquei emocionada e muito feliz pela superação na vida de minha amiga, espero que as informações aqui presente possam te alertar com relação à sua saúde e de seus familiares, possam te confortar caso hoje seja um dia difícil para você e, sobretudo, possam mostrar que o mundo é feito de pessoas, que inspiram pessoas!

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A importância da mulher empreendedora e o porquê ela muda o mundo em que vive

Empreendedorismo, para mim, é fazer acontecer, independentemente do cenário, das opiniões ou das estatísticas. É ousar, fazer diferente, correr riscos, acreditar no seu ideal e na sua missão.

Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza

Como havia escrito nos textos passados, para mim empreender foi algo natural, como se fosse a extensão de minha capacidade criativa para gerar algum tipo de renda. Algo para que nós, seres humanos criativos e feitos para sobreviver que somos, fomos criados.

Confesso que me assumi realmente empreendedora, anos mais tarde dos meus primeiros passos no empreendedorismo. Inicialmente meu caminho começou de forma automática, muito mais do que planejado e controlado. Eu fui indo, fui fazendo, sem dar muita importância aos meus motivos nem aos meus porquês.

 Devido a isso nunca tinha parado para pensar em que poderia existir uma divisão essencialmente feminina e no seu impacto na construção da sociedade em que vivemos.

 Para mim empreender era um verbo, do qual todos nós fazíamos parte e tínhamos os mesmo direitos, deveres e resultados.

Anos depois, ao conhecer aquela pequena artesã no Piauí ou a empresária gigante que comanda milhões desde seu celular, entendi que o empreender para a mulher significa mudar o rumo de sua família, permitir a educação dos seus filhos e mudar com maestria e habilidade o entorno em que vivem e suas micro sociedades.

Mas isso são características do empreendedorismo essencialmente feminino? Claro que não! Todo e qualquer empreendimento no mundo, seja ele comandado por uma mulher ou por uma porção de homens tem a capacidade de gerar este tipo de riqueza. Mas agora quero mostrar alguns dados e considerações interessantes e, talvez, tocar um pouco a relevância do tema para a todos nós.

Segundos dados do IBGE hoje no Brasil 4 em cada 5 lares são chefiados por mulheres, e, destas 4 mulheres, 41 por cento têm seu próprio negócio. Ou seja, estamos rodeados por mulheres que fazem acontecer no nosso país.

Baseado nestes dados, começamos a entender a importância e a ferramenta de mudança social que é o empreendedorismo feminino.

Nós mulheres enxergamos no empreendedorismo uma forma real de conseguirmos independência, fugirmos dos sexismo e da desigualdade do mundo corporativo, melhorarmos nossas vidas e gerenciarmos melhor o nosso tempo.

Sabemos que o mercado de trabalho tradicional não oferece condições de trabalho igualitárias que correspondam às necessidades da mulher que, na maioria das vezes tem que se multiplicar no trabalho fora e dentro da casa conciliando seu tempo com a educação de seus filhos.

Uma das questões que sempre me incomodou e que me levou pessoalmente a empreender foram justamente os meus filhos.  Dentre as incontáveis dificuldades presentes no ato de ser mãe e trabalhar fora, quando tive meu primeiro filho senti na pele uma das grandes dificuldades de todas nós, sobretudo se não temos uma família presente que nos possa ajudar com as crianças de forma consistente.

Para dar um exemplo fácil de entender, o horário da escola ou da creche é algo massacrante para a mulher que trabalha fora e é pensado e desenhado para pessoas que têm o tempo bastante livre, pois ao ser apenas meio período ofertado pela escola e ao terminar as aulas às 17:30, ficamos praticamente reféns de um horário que não é real para 90 por cento da população feminina que trabalha com carteira assinada. Este hoje é o principal motivo que as mulheres começam a empreender, para poder gerenciar melhor o seu tempo depois que têm os filhos.

Outro ponto de extrema relevância é que sabemos que a mulher é o elo mais vulnerável na nossa sociedade quando falamos de violência doméstica ou feminicídio. A mulher que consegue independizar-se financeiramente do parceiro abusador ou violento, tem mais chances de se proteger destes abusos ou, ao menos, tem a oportunidade de escapar sem tantas sequelas destes tipos de violência.

Quando falamos que de números e estatísticas, a porcentagem de mulheres que cuidam de seus filhos sozinhas, no Brasil, é de aproximadamente, 20 por cento. Destas mulheres, boa parte empreende para seu sustento. Portanto, fomentar sua independência e realmente usar o adjetivo feminino depois da palavra empreender é emponderar, libertar e, indiretamente, criar uma sociedade melhor, com mais educação, equilíbrio e igualdade.

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Afinal, o que é empreender?

empreender

verbo

  1. transitivo direto

decidir realizar (tarefa difícil e trabalhosa); tentar.

“e. uma travessia arriscada”

2. transitivo direto

pôr em execução; realizar.

“e. pesquisas”

Verbo super em voga nos dias de hoje e objeto de palestras, cursos, workshops sobre o tema, quem a escuta, de início tem a ilusão de algo de sucesso, de grandes feitos, grandes empresas, de resultados satisfatórios, de poder e de trabalho.  A palavra em si tem o significado acima descrito, mas o seu significado é muito mais amplo, gostaria da permissão dos leitores para passar a minha visão, simplista talvez, e desmistificar a palavra pois é através dela que temos todo e qualquer tipo de progresso e conforto em nossa sociedade.  Gostaria de deixar claro que existe uma grande diferença entre ser empresário e ser empreendedor, todo empresário necessariamente é um empreendedor, mas nem todo empreendedor é um empresário.

Escutei inúmeras vezes as pessoas me dizerem: Daniela, você consegue fazer isso porque você é empreendedora, como se fosse um dom ou uma característica que somente eu e um grupo seleto da humanidade tivéssemos acesso. Acredito que todos nós nascemos empreendedores e que a nossa sociedade moderna de certa forma diminuiu isso. Espero, sinceramente, que ao final do texto você se veja como um empreendedor. Adormecido talvez, mas um empreendedor.

Na minha opinião empreendemos por necessidade. A necessidade é a mãe da criatividade que por sua vez é a mãe da inovação através do seu instrumento principal que se chama ação. Na minha vida tive o privilégio de conhecer grandes empreendedores, desde mulheres pequenas e franzinas no interior da África, cujo o seu empreendimento nada mais era que o artesanato que ela vendia, até o milionário norte americano que movimenta mais de um bilhão de dólares o qual tive o prazer de conhecer em um evento no ano passado. Todos são grandes empreendedores. Como assim você deve estar me perguntando? Como comparar estes dois tipos de perfis e coloca-los sob a mesma perspectiva?

Todo empreendedor é um visionário. As visões mudam de acordo com a sociedade em que vivemos e o passado que trazemos. Todo empreendedor é um solucionador de problemas, um criador de soluções e um melhorador de sociedade. Todo empreendedor é capaz de produzir algo de muito pouco ou quase nada, apenas usando o seu senso criativo e os recursos disponíveis. A partir desta ótica começamos a entender o que temos em comum entre a senhorinha maasai no Quênia e o bilionário californiano. Ambos empreendem com o que podem e como podem. Perante a ótica da sociedade onde cada um vive, ambos têm sucesso.

Acredito que a minha avó e provavelmente a sua também eram super empreendedoras. As minhas avós pouco ou nada entendiam de economia global, não entendiam sobre juros, acredito que morreram sem saber o que era um plano de negócios. Nunca ouviram falar de soft skills, com elas, o negócio era bruto, mas empreenderam no âmbito familiar. Criar uma família numerosa era como gerenciar uma empresa. A quantidade de comida disponível para o mês, a forma como ela seria distribuída para ser suficiente para todos era o seu fluxo de caixa. As formas de gerar renda extras, seja com um crochê, ou vendendo pães eram as aplicações financeiras e as estratégias de marketing. Fazer com que os filhos mais velhos cuidassem dos filhos mais novos com eficiência e amor era gestão de pessoas e duplicação.  Ir morar em um lugar distante e começar a vida do zero com a família em busca de melhores oportunidades era como se fosse abrir uma empresa nova com um produto desconhecido em um país novo. Era ser pioneiro.

Acredito que você que está lendo o meu texto e é um funcionário de uma empresa, muito provavelmente se veja como um não- empreendedor. Quero fazer algumas perguntas e as responda com sinceridade. Você é sincero ou gostaria de ser no seu ambiente de trabalho? É pró-ativo? Soluciona problemas ao invés de criá-los? Faz mais do que lhe foi pedido e entende que somos parte de um todo e não uma parte separada da empresa? Exercita suas ideias no âmbito laboral? Acredita que a criatividade é uma qualidade?

Se você respondeu sim para duas ou mais perguntas acima, bem-vindo ao clube! Você é um empreendedor, se você nunca percebeu isso observe melhor que você irá descobrir novas e interessantes qualidades e, talvez um dia, em algum momento pode ser que tenha até o seu próprio negócio, quem sabe?

Espero que o texto tenha simplificado a ideia do empreendedorismo, gostaria realmente que todos os meus amigos que estão lendo aqui se vissem como empreendedores. Senão de uma grande empresa ou de grandes projetos, empreendedores de suas próprias vidas. Que cada pessoa que por aqui passou hoje entenda que dentro de nós existe a capacidade natural de criação de vida, de sucesso e de riqueza que é inerente a cada ser humano.

Um beijo grande e até o próximo mês.

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Quando descobri que empreender fazia parte de mim

empreendedorismo, sonho, juventude, vida, riqueza

Me chamo Daniela, tenho 41 anos, sou brasileira, casada e mãe de três filhos. Minha carreira de profissão é a odontologia. A do coração é o empreendedorismo. Mal sabia eu que um está diretamente ligado ao outro assim como empreender está ligado em minha alma e meu coração.

Comecei no ramo dos “negócios” muito jovem, sempre tive uma inquietude muito grande e na minha casa o dinheiro não era algo que abundava com facilidade. Não passávamos necessidade alguma, mas o dinheiro tampouco sobrava. O meu primeiro negócio foi no ramo de bijoux. Eu fazia bijuteria para vender. Oferecia para as amigas da minha mãe, para minhas vizinhas e companheiras de igreja de minha avó. Todas compravam. Creio que era por que achavam bonitinho ver uma menina de 12 anos e 1,50 de altura vendendo seus trabalhos, compravam mais por piedade do que por qualidade. Mas não importava. Para mim naquele momento o que importava era que eu vendia. Se iria vender novamente fidelizar o cliente ou aumentar minha rede de consumo pouco me importava. Afinal, já tinha uns trocados para um sorvete ou um chocolate a mais no mês.

 Aos quinze anos decidi que necessitava de uma renda mais constante, mas meu pai não me deixava trabalhar pois ele dizia que o importante era estudar e assim o fiz, mas a insatisfação e a necessidade de um dinheiro para mim sempre estavam ali. Decidi começar no ramo das vendas diretas. Vendas por catálogo mais precisamente. Representei esta empresa por mais de 15 anos. Nunca fiz um bom dinheiro. Fiz algum dinheiro que serviram para minhas despesas.

Neste meio de tempo cursei odontologia. Sempre buscando uma maneira de trabalhar, mas era quase impossível. Meu curso era integral e bastante puxado. Então descobri que meus tempos livre e as festas que tanto gostava poderiam me render algo de dinheiro. Sempre que possível comprava cerveja para revender nas festas universitárias, ou até mesmo nos aglomerados que se formavam nas ruas repletas de vestibulandos de minha cidade.  

O tempo passou, me formei, fiz o que seria natural em minha profissão, que foi montar meu consultório. Na minha época não existiam grandes clínicas que empregavam dentistas. Então a única forma de trabalhar que tínhamos ou era prestar um concurso ou abrir seu consultório.  Na verdade, ainda não empreendia da forma que sei hoje, não tinha ideia de mercado e nem de começar uma start up como os jovens de hoje. O meu empreendedorismo era mais primitivo. Empreendedorismo raiz. Na realidade, hoje sei que tinha algo essencial a todo empreendedor: insatisfação e necessidade. Descobri que os clientes não entravam em meu consultório sozinhos. Estava insatisfeita. Descobri que as contas venciam no final do mês. Tinha necessidade.

Foi aí que outra característica de um empreendedor aflorou em mim: a criatividade. Aprendi a ter que procurar clientes, fidelizar clientes, pedir indicações. Aprendi o poder do networking, das amizades. De se ter um serviço bacana.

Então, quando engravidei do meu primeiro filho, descobri que não teria renda no tempo em que estivesse parada. Que minha licença maternidade talvez não existisse. Entendi que tinha uma profissão linda, mas que, caso algum dia acontecesse algo com minha mão ou com meu físico não teria como me manter. Foi quando entendi que precisava me aprimorar. Não daria mais para depender somente do meu trabalho. Eu agora tinha uma criança. Mas e se eu me machucasse? Quem pagaria minhas contas? Sabia que precisava de um negócio que funcionasse mesmo se estivesse doente ou ausente.

Decidi, então montar a minha primeira clínica odontológica. Ter um negócio era uma forma de ter renda mesmo que, eventualmente, estivesse ausente, aprendi uma nova profissão na minha empreitada empreendedora. A de empresária. Tive que aprender a ser gestora de pessoas, tive que melhorar meus relacionamentos,  confesso que sair de um mundo fechado de ser dentista, fechada na minha sala 3×3 sozinha com o paciente em silêncio, para uma clínica barulhenta, com diversos funcionários e mais de 1000 pacientes por mês foi algo muito desafiador. Daquela época até hoje, já tive 5. A maior dela atendia 1000 pacientes ao mês.

Em 2015 meu marido teve uma proposta de trabalho para ir a África.  Depois de anos estressantes e de muito trabalho, decidi acompanha-lo. Morei dois anos no Quênia e mantive o controle da minha clínica de forma remota. Sair da rotina de um dia-a-dia em um escritório me deu a oportunidade de refletir muito. Aprendi que a tecnologia é fantástica. Nestes anos, aprendi uma outra característica de um empreendedor, desta vez do empreendedor do século XXI: o mundo de hoje não tem fronteiras.

Estes anos me deram a visão de que minha função na minha clínica estava completa e que eu já era dispensável. Necessitava exercitar novamente a minha criatividade e queria fazer mais pelo mundo e pelas pessoas que conhecia. Decidi em agosto de 2018 vender a minha parte na sociedade e tomar outros rumos.

Hoje trabalho com marketing e liderança em alta performance, tenho um carinho especial em ajudar mulheres. Acho que a mulher empreendedora modifica o mundo em que vive e, consequentemente, o nosso mundo. Somos muito generosas quando queremos. Não foi fácil a transformação da menina que fazia Bijoux para alguém em um ramo totalmente diferente. Todos estes anos de transformação contiveram choros, dias ruins, desafios, vontades imensas de desistir e ser apenas uma dona de casa e mãe dos meus filhos.

Aprendi que o empreendedorismo sempre esteve em mim.  Que está em todos nós. Somos empreendedoras raiz desde o dia em que nascemos. É o ate de empreender que modifica a relações sociais, modifica o ambiente, gera renda e uma sociedade mais justa. As mulheres empreendedoras geram independência e menores chances de estarem em relações abusivas. Criam lares mais abundantes e mais felizes.

Convido a todos vocês a nos acompanharem neste nosso universo empreendedor, recosntrutor, cheio de propósito e gratidão que está sendo feito com muito amor e respeito.

Um forte abraço a todos

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Wangari Maathai – uma inspiradora ganhadora do premio Nobel da Paz

Grandes mulheres do Quênia    

“As pequenas coisas que os cidadãos fazem, isso fará a diferença. A minha pequena coisa é plantar árvores. ” – Wangari Maathai

Inaugurando a minha coluna de histórias inspiradoras, hoje falarei sobre Wangari Maathai, a primeira mulher africana, negra, ambientalista e queniana a receber o prêmio Nobel da Paz.

Para nós ocidentais e acostumados com uma sociedade não tão desigual quanto a do Quênia certas histórias de superação que se passam por lá com as mulheres podem parecer banais, mas para ser mulher lá é extremamente desafiador.

Para que vocês tenham ideia a mutilação genital feminina começou as ser considerada crime somente em 2015. Os pais de meninas ainda recebem dote pelo casamento delas e o número de mães abandonadas por seus maridos é alarmante. 

Conto isso para que entendam a dificuldade e a superação que as mulheres do Quênia têm que passar para conseguirem se destacar nesta sociedade extremamente patriarcal, que em muitos casos veem a filha mulher apenas como o objeto de um negócio, o qual terá seu lucro consumado no pagamento do dote na época do seu casamento.

Para que uma menina queniana de família pobre ou mesmo de família de classe média consiga chegar à universidade existem muitas barreiras a serem superadas.

Problemas que vão desde a promessa de um casamento precoce,  diferentes costumes tribais, dificuldades econômica da família que sempre irá priorizar o estudo dos homens ( não é raro ver famílias em que os homens puderam estudar e as meninas, não), além da vergonha e dificuldade das meninas passarem pelo período menstrual (muitas meninas abandonam a escola na época da puberdade e não retornam mais pois não têm acesso à agua, absorventes ou qualquer tipo de higiene no período menstrual e acabam abandonando a escola por vergonha e medo de sofrerem bullying devido ao sangramento).

Na minha opinião você conhece muito de um povo pela maneira com que ele trata suas mulheres, mas você conhece a tenacidade deste mesmo povo pelas histórias de superação das mesmas. Portanto ter na sua sociedade mulheres extremamente competentes, trabalhadoras e vencedoras mesmo nestas condições adversas diz muito sobre a tenacidade destas mulheres quenianas e nos dá exemplos a seguir.

Existem inúmeras histórias de mulheres que construíram verdadeiros impérios nas mais variadas áreas aqui. Donas de grandes empresas de comunicação, empresárias de sucesso no ramo de TI, comandantes de avião de grande porte, médicas humanitárias que criaram soluções para uma oftalmologia mais acessível aos mais pobres, atletas que desafiam a pobreza e a fome e se tornam medalhistas olímpicas várias vezes.

Todas as histórias são comoventes e certamente têm nelas um poder de superação muito maior que o meu e o seu, mas nenhuma destas histórias se assemelha à de Wangari Maathai.

Wangari Maathai é queniana, nascida em 1940, em Nyeri, uma cidade pequena aos pés do monte Kenya. Quando falo cidade pequena, imaginem uma cidade realmente pequena, com poucos ou nenhum recurso, sem energia elétrica e com água escassa.

Wangari Maathai

Desde criança ela se mostrava uma pessoa de personalidade forte. Quando decidiu estudar mesmo contra os costumes e desaprovações pelo qual passava uma mulher que optava e lutava por ser educada no Quênia. Quem acompanha os meus textos no blog sabe que a mulher aqui no Quênia não é encorajada a estudar, muitas vezes não recebe apoio da família e, nos casos mais graves, é obrigada a se casar com homens muito mais velhos quando atingem a puberdade, tendo que, forçosamente, abandonar seus estudos.

Sempre estudou em escolas católicas e, quando finalizou o estudo médio conseguiu uma bolsa de estudos e foi aos EUA estudar biologia, nos meados de 1960. Ficou por lá até ter o seu mestrado finalizado, quando retornou ao Quênia fez o seu doutorado pela Universidade de Nairóbi em anatomia veterinária, tornando-se a primeira mulher a ter um doutorado em toda a África subsaariana e a primeira mulher a dar aula na Universidade de Nairóbi.

Casou-se e teve três filhos, mas seu marido pediu o divórcio alegando ter uma mulher difícil de ser domada e desobediente. Enfrentou inúmeros problemas por ser mulher em um país machista problemas estes que incluíram ficar desabrigada com seus três filhos depois da separação, e ser destituída do seu cargo na universidade por motivos políticos.

Mesmo com a vida nunca jogando ao seu favor, Wangari nunca desistiu e sempre foi uma ativista ambiental. Ela havia se dado conta de que no Quênia, o solo estava extremamente empobrecido e que as pastagens e lavouras estavam morrendo e os rios secando devido ao grande desmatamento causado pela indústria madeireira. As árvores eram cortadas, o solo erodia e os rios secavam por falta de chuva e pelo assoreamento.

Nas palavras de Wangari: “ No Quênia, as mulheres são as primeiras vítimas da degradação ambiental, porque elas são as que andam horas buscando água, são elas as que acendem as fogueiras que proveem comida para suas famílias. Ela sabia que na falta de água e comida os primeiros a serem afetados seriam as mulheres e as crianças, então, uniu-se às mulheres que queriam mudar sua realidade.

Angariou fundos para que uma pequena quantidade de dinheiro fosse paga à cada árvore plantada e, em 1977 fundou o movimento “Green belt” ou “Cinturão verde” em português. Movimento de reflorestamento, conscientização e estruturação econômica baseada na ecologia, que até hoje já plantou mais de 51 milhões de árvores e criou autonomia econômica para milhares de famílias.

Ela sabia da necessidade do reflorestamento, mas também sabia que as pessoas se engajariam ao projeto se tivessem certa quantidade de dinheiro paga por cada árvore plantada, além disso, com sua ajuda e conscientização, foram criados mais de 6 mil viveiros de mudas, todos operados por mulheres em situação de risco, gerando empregos e uma nova forma de encarar a exploração dos recursos naturais.

Foi premiada inúmeras vezes, mas o mais importante prêmio recebido foi em 2004 quando recebeu o Prêmio Nobel da Paz, quando o comitê proclamou que o ativismo ambiental “talvez fosse o novo caminho para a paz”.

Wangari continuou perseguida, menosprezada por se apenas uma mulher e uma “plantadora de árvores”. Faleceu em 2011, de câncer, mas seu legado permanecerá sempre nos solos africanos. As verdadeiras árvores que ela semeou foram as sementes de uma ecologia em um país até então devastado pelo desmatamento, a semente de uma economia ecologicamente sustentável e a demonstração de que uma mulher sozinha pode muito mais do que sequer imaginamos.

Asante Sana Wangari!

Fonte:

-Maathai, Wangari. The Green Belt Movement: Sharing the Approach and the Experience. New York: Lantern Books, 2003.

-Maathai, Wnagari. Unbowed: A memoir. New York: Alfred Knopf, 2006.